em que nasceu a ontologia antiga. O λόγος é experimentado como subsistente e como tal é interpretado, tendo o ente que ele mesmo mostra, de igual maneira, o sentido de subsistência. Esse sentido de ser permanece ele mesmo indiferente ante outras possibilidades-de-ser, de modo que o ser, no sentido formal de ser-algo, vem com ele se fundir, sem que se tenha podido conseguir ao menos uma pura separação regional de um e outroa.



§ 34. Ser-“aí” e discurso. A linguagem


Os existenciários fundamentais que constituem o ser do “aí”, isto é, a abertura do ser-no-mundo, são o encontrar-se e o entender. O entender traz consigo a possibilidade da interpretação, isto é, da apropriação do entendido. Na medida em que o encontrar-se tem igual originariedade que o entender, ele se mantém em um certo entendimento. Corresponde-lhe do mesmo modo uma certa interpretabilidade. Com a enunciação ficou visível um derivado extremo da interpretação. A elucidação da terceira significação de enunciação como comunicação (ou manifestação verbal) conduziu ao conceito de dizer e falar que, intencionalmente, sem dúvida, não fora considerado até aquele momento. O fato de que a linguagem seja tematizada somente agora deve servir de indicação de que esse fenômeno tem suas [161] raízes na constituição existenciária da abertura do Dasein. O fundamento ontológico-existenciário da linguagem é o discurso. Na interpretação dada até agora do encontrar-se, do entender, da interpretação e da enunciação já fizemos constante uso desse fenômeno, mas como que o descartando de uma análise temática.

O discurso é existenciariamente de igual originariedade que o entender. A entendibilidade já está sempre


a Husserl.


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Martin Heidegger (GA 2) Ser e Tempo (Castilho)